Nem sempre é saudade, mas é a palavra que primeiro salta quando meus pensamentos me suspendem no ar. Porque não é possível sentir saudade do que não se viveu, mas é assim que parece muitas vezes. Talvez seja saudade de sonhos que sonhei, que de tanto sonhar confundiram-se com minhas histórias.
Sinto saudade da minha infância, das minhas amigas Sandrinha e Alice. Sinto falta dos pés descalços, dos amigos, de meus primos, do cheiro de fogueira nas festas de junho, de brinquedo novo. Sinto falta das possibilidades todas que estavam lá na frente.
Na minha adolescência, costumava caminhar com minha amiga Roseli. E falávamos da vida, de paixões, de angústias, de felicidade. Falávamos de como seríamos. Saíamos em grupo e com nossos namorados que eram também amigos. Sinto saudade daquelas pessoas todas, que me faziam sentir em um mundo particular.
Lembro dos amigos de escola. Sinto falta do nosso grupinho, das confidências, dos planos. Das meninas: Cidinha, Denise, Nádia, Nina, Silvana, Marcinha, Rosangela, Selma. Dos meninos: Walmir, Israel, Gilmar, Herculano, Marcelo, Nilson.
Saudade dos amigos de meu irmão, que eram também meus. Vanderley, Edson, Edgar, Fábio, Farisco, Ademir, João Luiz, Flávio.
Saudade dos tempos de faculdade. Da névoa que cobria o prédio nas manhãs de inverno. Da torrada completa na cantina. Saudade das aulas práticas, de correr na pista, de treinar na piscina, das aulas da Professora Maria junto com os meninos. Saudade de dançar. Saudade do início da minha amizade com Valerie, Jô, Jussara, Ciça.
Lembrança do cheiro de novo do meu apartamento. Vida nova, novos sonhos.
Saudade de brincar de tubarão com Mariana na Ilha Bela. Saudade da primeira vez que vi cada um dos meus sobrinhos e dos almoços de domingo na casa de meus pais, família toda reunida.
Saudade dos amigos que ganhei para sempre: Rose e Alfredo. Do afilhado lindo que me deram e que nos tornou uma família.
Saudade dos amigos que ganhei para sempre: Rose e Alfredo. Do afilhado lindo que me deram e que nos tornou uma família.
Saudade do meu cachorro, Sherlock.
Saudade de quando comecei a trabalhar na Reitoria. A Universidade era a casa de cada um de nós e nos recebia sempre como alguém especial. Acolhedora, planejando ainda ficar madura. Ali cabiam pessoas que se queriam bem, que festejavam, que gostavam de estar juntas. Amizades ainda hoje alimentadas para que nunca se acabem.
Saudade de todas as viagens que fiz, de gargalhar com Liliana, de sempre ter sobre o que falar. Saudade das areias que pisei, dos perfumes novos.
Saudade do Bamba, de acampar, de comer salmão no Chile e da neve na Austria. Saudade de conversar horas na cozinha, de morrer de rir, de filosofar.
Saudade da Bambina filhote, dos arranhões, das brincadeiras, do olhar.
Saudade é felicidade e tristeza, mas é sempre boa, é vida.
Saudade de meu pai. Saudade da menina que morou em mim.
sem comentários!!!! simplesmente maravilhoso!!!
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